sexta-feira, 25 de janeiro de 2019

"Quanto pior melhor!"



Vemos hoje muitas cidades com problemas graves na gestão da política urbana, sem recursos suficientes, Plano Diretor, Lei Orgânica e legislações sem consonância com a eficácia, administrações, em geral, presas em resolver problemas estruturais de manutenção de vias e patrimônios públicos, por, em sua maioria, terem herdado transtornos e adversidades de décadas que vão se somando e se multiplicando. Com isso, não podem investir no futuro por terem que remediar esta herança que são visíveis e recorrentes no dia a dia das cidades.

Temos hoje, legislações federais, como a Lei Federal 10.257 de 2001, dentre outras ferramentas legais para que a sociedade civil, cidadãos e empresários possam participar da Gestão Democrática do Município, seja na captação de recursos, fiscalização da aplicação das leis, na entrega de propostas de lei ou de sugestões oficiais de possíveis soluções para os desafios das cidades. Contudo, para esta gestão democrática e controle social funcionarem de verdade e não se tornarem mais uma forma de uso para politicagem, necessita de uma sociedade ética e comprometida com o bem comum e com ações de relevância pública.

Porém, a cultura do "quanto pior melhor", lei do vantagismo e do individualismo e egocentrismo sem limites, estão levando nossa sociedade, dentre muitos outros motivos, a uma crise ética e de espírito cidadão e cooperativo. Por que, ao invés de insultar gerentes ou agentes públicos, criticar sem critérios técnicos e de informação idônea, aprofundada e real, ajudar com propostas de soluções, usar dos instrumentos legais de controle social e de gestão democrática? Vemos, com pesar, comumente, duas situações: quando o problema não afeta diretamente a pessoa, a indiferença desta impera; quando o problema a afeta diretamente recorre às redes sociais e revela seu lado lastimável de falta de civilidade. Alguns também muitas vezes para defender seu interesses próprios tentam dar um jeitinho para se beneficiar em detrimento das demandas de outros, como se seu caso fosse o mais relevante da humanidade. Pior ainda, quando usa o bem público com se privado fosse, sem se importar com o impacto de suas atitudes ilegais perante a maior parte da população para auferir seu lucro.

Bem, esperamos e estamos fazendo nossa parte, para que um dia nossa sociedade deixe o conforto da cultura oriunda da ideia do Estado paternalista e que tudo provê e passe a participar com atos da verdadeira cidadania, pois no final quem ganha é toda a cidade e o meio ambiente que a contém.

Temos ciência do esforço, em meio a uma grave crise financeira, que o Poder Público Municipal de Barbacena tem feito para buscar, mesmo que ainda insuficientes para resolvê-los, reconhecemos a persistência em enfrentá-los. Começando por nós mesmos, estamos buscando minimizar essa cultura deletéria que citamos e vislumbrar outra cultura voltada à ética, aos valores de cidadania e de civismo para um dia, sem pressa, contribuindo com o nosso melhor vermos e vivermos em uma sociedade solidária, cooperativa e participativa na construção de dias melhores para uma nova Cidade das Rosas.