Neste mês, dedicado à valorização da vida, é uma oportunidade ímpar de se rever muitas condutas em âmbito pessoal e social.
A depressão, o derrotismo, o pessimismo devem ser tratados com a devida seriedade, compaixão, informação, inteligência e atitude positiva, principalmente, pelas pessoas mais próximas àquela afetada. Pessoas que convivem com outras que passam por crises, dores, sofrimentos físicos ou psicológicos devem se importar realmente com elas, pois não são covardes, covardes são atitudes daqueles que, ao invés de oferecer calor humano, dão, no máximo, um sorriso amarelo para aquele que está iniciando um processo de desistir da própria vida. Muitas vezes, parar e ouvi-la pode se tornar um remédio muito mais poderoso que um fármaco. Medidas paliativas não resolvem, uma vez que pessoas que passam por depressão, por exemplo, são intensa e constantemente bombardeadas por sentimentos e pensamentos enfraquecedores.
O processo para se entrar em um estado que pode culminar com o atentado contra a própria vida, não é instantâneo, um conjunto de fatos causam um estado de sofrimento muito longo, que parece não ter fim e, com o passar do tempo, se tornam mais intensos e torturantes. O esforço para sair deste processo deletério é gigante e requer muita perseverança.
Um dos fatos que mais fazem uma pessoa atormentada ir para a via do suicídio, em geral, é quando se deparam com a frieza, com a hipocrisia, com o descaso, com a desumanidade insensível ao seu sofrimento por parte de alguns parentes e de alguns servidores do “bem” dos vários campos da vida social, somado a um mundo que não lhe inspira qualquer esperança de melhora no campo familiar, social, político, institucional, repleto de injustiças sociais, de impunidade, de corrupção descarada, de desemprego e com uma inversão devastadora dos valores morais e éticos. Este conjunto de fatores levam a pessoa sofrida e descrente ao suicídio, ao ponto final do desespero e ao suicídio em vida, aquele em que a pessoa não vê mais sentido em viver e entrega-se aos vícios e/ou ao abandono psicofísico integralmente e abrem mão de si mesmos, vivendo como zumbis e não como seres humanos.
Mudemos nosso livre arbítrio em favor da VIDA, vamos parar de destruir e
de nos autodestruir com más palavras, com maus pensamentos, com maus
sentimentos, com más atitudes e com más escolhas.
A vida que merece ser ceifada deste planeta não é a nossa sagrada vida e, sim, esta vida atual, arcaica, materialista, cruel e egoísta para dar lugar a uma vida de compreensão, de compartilhamento, de união, de fraternidade para trocarmos o amarelo daqueles que sofrem, que padecem da falta de esperança, de compreensão, do carinho de seus familiares e do desamparo social e institucional pelo amarelo do ouro da força de vontade e fé indeléveis.