segunda-feira, 24 de maio de 2021

Comunicação e inclusão social

Estamos em uma época em que a comunicação evoluiu muito, através dos smartphones, da internet mais veloz e abrangente, satélites e aplicativos de celular, redes sociais, porém perguntamos: A comunicação entre as pessoas melhorou? Ela atende a todos?

No dia 19 de maio de 2021, visitamos a ASSB, Associação de Apoio aos Surdos de Barbacena, para prestar um serviço socioassistencial de assessoramento. Com a ajuda da Sra. Rosely Santana Paes de Oliveira, conseguimos conversar com o tesoureiro da instituição Sr. Vinícius da Silva Tonholo, o qual nos reportou a lamentável situação financeira e de dificuldades pelas quais estão passando, bem como as pessoas que são os beneficiários da instituição.

Eles nos passaram diversas situações vividas pelas pessoas com deficiência auditiva, quando precisam acessar instituições de atendimento médico, bancário, comercial, dentre outros, bem como serviços de atendimento ao contribuinte em órgãos municipais, estaduais e federais e em alguns serviços de atendimento ao cliente ou ao consumidor de várias empresas. Principalmente nos casos de atendimento de emergência, a situação se agrava ainda mais. Em todos estes casos, o problema é um: falta de mecanismo eficiente de comunicação nas duas pontas, na de quem necessita e na de quem atende.

Fazendo uma pequena busca na internet, verificamos que já há produtos e serviços especializados e específicos para pessoas com deficiência auditiva e pessoas com deficiência visual, porém o problema relatado nesta pesquisa esbarra na falta de investimento nos órgãos de atendimento público e privado para atender a estes seres humanos. Para se ter uma ideia, em Barbacena, por volta de 5% (cinco por cento) de sua população tem deficiência auditiva. É um número elevado, isto porque não incluímos as outras categorias de pessoas com deficiência.

Levamos à Secretaria Municipal de Assistência Social, conforme post anterior, uma proposta de projeto de lei, contendo as diretrizes de políticas para a pessoa com deficiência, a reformulação do conselho e sua reativação, bem como a do fundo público municipal para a pessoa com deficiência.

Vamos procurar e formar uma grande rede para ajudar na inclusão verdadeira das pessoas com deficiência. Leis existem, como a da Central de Libras, porém sem efetiva aplicação prática, tanto na parte de pesquisa e utilização de tecnologias para comunicação, quanto na parte de conscientização e de divulgação de conhecimento e informação com relação a esta relevante questão. Buscaremos, em rede, junto aos órgãos públicos e privados, formas de começar a resolver esta falta de comunicabilidade para esta parcela expressiva da população, que se encontra desassistida e, muitas vezes, exposta a perigo e a risco de morte, por não terem, a seu dispor, ferramentas para se comunicar.

Por fim, está impresso e expresso no dicionário que comunicar é ligar uma coisa à outra; colocar em contato; ligar; unir. Solidarizamo-nos com as pessoas com deficiência, nesta empreitada em prol de uma inclusão social verdadeira.

Diz o ditado: "O pior surdo é aquele que não quer escutar."

 Rosely Santana Paes de Oliveira (secretária, intérprete e tradutora de LIBRAS da ASSB), Giovanni Tarcisio de Souza (tesoureiro da ARCOM-SC), Amanda Gilvanice dos Santos Macedo (presidente da ASSB) e Vinícius da Silva Tonholo (tesoureiro da ASSB).